Convidar-vos-ia a percorrer comigo o caminho que leva de volta à infância. À infância daqueles, que tal como eu, nasceram na década de sessenta.
Busquemos as primeiras recordações. Por mais que procure, não encontro qualquer imagem do dia em que pela primeira vez fui à escola. Não sei quem me acompanhou, não sei me senti feliz, ou se pelo contrário, desejei sair a correr... Sei sim, que nos dias a que a esse se seguiram, eu não fiquei em casa. Semana após semana, mês após mês... E aquela, tornou-se a minha escola. Lá aprendi a juntar as primeiras letras, as vogais, e descobri que ao combiná-las com outras, as consoantes, ia formando assim, palavras. E aprendi a ler – as frases, a princípio curtas, sem contexto, que tantos sorrisos de satisfação, por certo, provocaram...
Os colegas tornaram-se amigos que até hoje guardo na memória e no coração. As zangas e episódios afins são hoje histórias que tornam divertidos os momentos de encontro.
Lembro-me muito bem da minha Professora e de como ela ficou comigo, a um fim de dia, o tempo necessário para eu entender a estranha, esquisita, complicada matéria que foi para mim o metro, o decímetro e o centímetro... Alice é o seu nome e será difícil, no espaço de uma vida, dizer-lhe e demonstrar-lhe a gratidão, o apreço, o carinho e a amizade que por ela sinto.
Mas lembro-me também de uma cana que apontava em mapas, a nascente e a foz dos rios, as linhas de caminhos de ferro e as serras... Dias havia em que a cana, coadjuvada pela graciosamente apelidada de “menina dos cinco olhos”, servia ainda outros propósitos, na esperança de que, no dia seguinte, não só a boa educação, mas também a perspicácia e o conhecimento surgissem como que por magia ou milagre!
Lembro-me, ainda, das carteiras de tinteiro, das canetilhas e do papel mata-borrão e do dia em que, finalmente, me foi autorizado escrever com uma esferográfica bic azul, ao copiar o texto “Zeferino Foi Ao Circo”!
E nos intervalos eram as cantigas de roda, o agarra-agarra e o 31...
Hoje, as carteiras já não são de tinteiro, as canetas são de mil cores, o quadro já não é preto, as réguas servem só para medir, já não se canta de roda e o leite é servido em pacotinhos e tem sabor a chocolate. Hoje, há máquinas de calcular e já não se conta, às escondidas, pelos dedos. Hoje, há computadores e à distância de uma tecla, está o mundo inteiro.
Mas o sorriso dos meninos que hoje vejo não é diferente daquele que observo em fotos de brincadeiras de outrora. E o olhar é igual... O que me leva a pensar que estes jovens que hoje ensino são aquilo que eu já fui. E são eles a razão de ser de uma escola. Alguns muito brincalhões, quase sempre carinhosos, alguns muito estudiosos, outros pouco interessados, alguns perdidos ou somente desencontrados e tantos, tantos empenhados em conjuntamente tudo fazer para um dia, verdadeiramente sentir, ao dizer “Que saudades tenho daqueles meus tempos de escola!”
Busquemos as primeiras recordações. Por mais que procure, não encontro qualquer imagem do dia em que pela primeira vez fui à escola. Não sei quem me acompanhou, não sei me senti feliz, ou se pelo contrário, desejei sair a correr... Sei sim, que nos dias a que a esse se seguiram, eu não fiquei em casa. Semana após semana, mês após mês... E aquela, tornou-se a minha escola. Lá aprendi a juntar as primeiras letras, as vogais, e descobri que ao combiná-las com outras, as consoantes, ia formando assim, palavras. E aprendi a ler – as frases, a princípio curtas, sem contexto, que tantos sorrisos de satisfação, por certo, provocaram...
Os colegas tornaram-se amigos que até hoje guardo na memória e no coração. As zangas e episódios afins são hoje histórias que tornam divertidos os momentos de encontro.
Lembro-me muito bem da minha Professora e de como ela ficou comigo, a um fim de dia, o tempo necessário para eu entender a estranha, esquisita, complicada matéria que foi para mim o metro, o decímetro e o centímetro... Alice é o seu nome e será difícil, no espaço de uma vida, dizer-lhe e demonstrar-lhe a gratidão, o apreço, o carinho e a amizade que por ela sinto.
Mas lembro-me também de uma cana que apontava em mapas, a nascente e a foz dos rios, as linhas de caminhos de ferro e as serras... Dias havia em que a cana, coadjuvada pela graciosamente apelidada de “menina dos cinco olhos”, servia ainda outros propósitos, na esperança de que, no dia seguinte, não só a boa educação, mas também a perspicácia e o conhecimento surgissem como que por magia ou milagre!
Lembro-me, ainda, das carteiras de tinteiro, das canetilhas e do papel mata-borrão e do dia em que, finalmente, me foi autorizado escrever com uma esferográfica bic azul, ao copiar o texto “Zeferino Foi Ao Circo”!
E nos intervalos eram as cantigas de roda, o agarra-agarra e o 31...
Hoje, as carteiras já não são de tinteiro, as canetas são de mil cores, o quadro já não é preto, as réguas servem só para medir, já não se canta de roda e o leite é servido em pacotinhos e tem sabor a chocolate. Hoje, há máquinas de calcular e já não se conta, às escondidas, pelos dedos. Hoje, há computadores e à distância de uma tecla, está o mundo inteiro.
Mas o sorriso dos meninos que hoje vejo não é diferente daquele que observo em fotos de brincadeiras de outrora. E o olhar é igual... O que me leva a pensar que estes jovens que hoje ensino são aquilo que eu já fui. E são eles a razão de ser de uma escola. Alguns muito brincalhões, quase sempre carinhosos, alguns muito estudiosos, outros pouco interessados, alguns perdidos ou somente desencontrados e tantos, tantos empenhados em conjuntamente tudo fazer para um dia, verdadeiramente sentir, ao dizer “Que saudades tenho daqueles meus tempos de escola!”
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